Moro critica Lula e Bolsonaro e faz discurso de presidenciável em evento de filiação ao Podemos

Marcelo Casal / Agência Brasil

Marcelo Casal / Agência Brasil

O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro anunciou nesta quarta-feira (10), oficialmente, a entrada dele na política eleitoral ao se filiar ao partido Podemos, numa cerimônia em Brasília. Com auditório lotado, Moro discursou por 50 minutos. Lembrou seu histórico no combate à corrupção durante a Operação Lava-Jato e a redução de índices de criminalidade enquanto atuou como ministro.

Sergio Moro deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça a convite do presidente Jair Bolsonaro, logo no início do governo. Em abril do ano passado, pediu demissão do cargo de ministro e saiu do governo, afirmando que não teve o apoio prometido no combate à corrupção e acusando o presidente de tentar interferir na Polícia Federal.

No discurso desta quarta, reafirmou a falta de apoio durante o período em que esteve no ministério. Disse que a filiação não é um projeto pessoal, mas que o nome dele estará sempre à disposição, no que foi entendido como uma possível candidatura à Presidência. Criticou a divisão do país, o aumento da inflação e do desemprego. Condenou agressões a jornalistas. Lamentou as mortes pela Covid e elogiou a ciência e a dedicação de médicos e funcionários da saúde.

Moro acentuou que o projeto de combate à corrupção é essencial para viabilizar as reformas, erradicar a pobreza, diminuir as desigualdades, controlar a inflação, preservar a responsabilidade fiscal e prover saúde, educação e segurança.

"Precisamos falar sobre corrupção. Muitos me aconselharam a não falar sobre o assunto, mas isso é impossível. Combater a corrupção não é um projeto de vingança ou de punição. É um projeto de justiça na forma da lei. É impedir que as estruturas de poder sejam capturadas e dessa forma viabilizar as reformas necessárias para melhorar a vida das pessoas. É um projeto para termos um governo de leis que age em benefício de todos, e não apenas de alguns. Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de orçamento secreto. No fim, chega de querer levar vantagem em tudo e de enganar o povo brasileiro", afirmou.