Sob pressão de outras categorias, Bolsonaro é aconselhado a rever reajuste de policiais

Marcos Corrêa / PR

Marcos Corrêa / PR

Em meio à pressão de outras categorias e ameaças de greve, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido aconselhado por quadros do Ministério da Economia a rever o reajuste salarial prometido aos policiais no fim de 2021.

De acordo com informações do blog de Andréia Sadi, no G1, o ministro Paulo Guedes tem dito a políticos bolsonaristas favoráveis ao aumento como gesto à categoria, que o momento não é oportuno para dar reajuste a qualquer classe.

Segundo a publicação, ministros do Supremo Federal (STF), têm conversado com integrantes do governo e alertado que o reajuste específico deve ser judicializado. Eles dizem ainda que diante das incertezas na economia e o avanço da variante Ômicron "não faz sentido" discutir aumento para servidor público em momento de crise.

Líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) afirmou que desde o fim do ano passado vem alertando que o melhor seria não dar reajuste para ninguém, já que a "confusão era esperada". Ele, no entanto, admitiu que a decisão política foi do presidente Jair Bolsonaro e disse que agora o governo busca uma solução para o impasse. "Não estou me opondo ao reajuste, eu sempre disse que achava melhor não dar reajuste a ninguém. Mas a decisão política foi tomada e agora o governo está discutindo qual a melhor solução", disse ele ao blog.

Bolsonaro determinou que Paulo Guedes centralizasse o reajuste na categoria dos policiais para fortalecer sua base de apoio para as eleições de 2022. Segundo Sadi, as indefinições e o clima acirrado, porém, têm gerado reações por parte de integrantes da Polícia Federal, que já avisaram ao ministro da Justiça, Anderson Torres, que haverá desgaste de Bolsonaro, caso ele recue da promessa.