AÇÃO SOCIOTRANSFORMADORA: SEMINÁRIO ARTICULA PASTORAL DA MORADIA E FAVELA NO BRASIL

CNBB

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A Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu o Seminário Nacional da Pastoral da Moradia e Favela, entre os dias 20 e 22 de setembro, em Brasília. Durante o encontro, os participantes trabalharam no aprofundamento da missão da Pastoral, aprovaram a Carta de Princípio, o Regimento Interno e planejaram as ações para o quadriênio. O bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão para a Ação Sociotransformadora da CNBB, dom José Valdeci Santos Mendes, esteve presente no seminário.

Dom Ricardo: "É importante caminhar em sintonia". | Fotos: Osnilda Lima – Comissão Sociotransformadora.

O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, visitou o encontro e conversou com os participantes, garantindo a disposição da entidade em colaborar, principalmente "do ponto de vista de articulação".

O secretário-geral da CNBB salientou a importância de caminhar em sintonia, passo por passo na organização e fortalecimento da Pastoral. Dom Ricardo recordou os desafios da Comissão Sociotransformadora por lidar com temas sensíveis.

A origem

A Pastoral da Moradia e Favela nasce da articulação nacional da 6ª Semana Social Brasileira (6ªSSB 2020-2023), que vem a trabalhar o tema "Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho". A SSB é uma mobilização da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Cepast-CNBB), e animada pelas pastorais sociais em parceria com movimentos populares.

"A 6ª Semana Social Brasileira assumiu o compromisso concreto de apoiar e mobilizar para a criação da Pastoral da Moradia e da Favela. É muito importante este gesto concreto da 6ª Semana, porque historicamente as Semanas Sociais têm assumido ações de incidência política, e questões sociais e estruturantes de nossa sociedade", enfatiza Alessandra Miranda, secretaria executiva da 6ªSSB.

Alessandra ressalta que é um marco e um momento histórico a criação e a formalização da Pastoral da Moradia e Favela em nível nacional, "o movimento vai potencializar a ação pastoral para a garantia do direito à moradia e dignidade da pessoa humana, a partir do acesso à terra, teto e trabalho", enfatiza.

Alessandra Miranda

Santa Efigênia

Durante a Missa de quinta-feira, 21 de setembro, os agentes recordaram Santa Efigênia e São Mateus evangelista, cuja festa foi celebrada na liturgia. Efigênia tem sua conversão ao Cristianismo a São Mateus ligada ao trabalho apostólico do evangelista na região da Núbia. Ela é conhecida como protetora dos lares e como auxiliadora de quem precisa da casa própria. Essa motivação guiou e animou os participantes nas reflexões.

Diálogos

O seminário tem sido oportunidade de promover diálogos sobre várias questões ligadas à realidade habitacional no Brasil, como o déficit qualitativo, quantitativo e institucional na questão da moradia. Agentes e articuladores participaram de uma mesa de diálogo com representantes do Governo Federal sobre políticas públicas e sociais de habitação. Segundo o Censo 2022 do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), são 24 milhões de moradias com fragilidades e ou ausência de infraestrutura básica, com construções precárias e falta de serviços como água, saneamento ou energia.

Outro momento de diálogo foi com lideranças da comunidade Sol Nascente, no Distrito Federal, que segundo dados da prévia do Censo 2022 é a maior favela do Brasil com 32.081 domicílios. O grupo partilhou suas experiências e mobilizações da comunidade, a partir da articulação do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Por Direitos (MTD). As lideranças potencializam a organização social da comunidade, por meio de atividades culturais e hortas comunitárias e lutam por direitos à saúde, educação e moradia.

Com informações de Osnilda Lima e Henrique Cavalheiro - Pastorais Sociai